Uma voz clama no deserto: “Preparai o caminho do Senhor, aplainai a estrada de nosso Deus (Is 40,3). O profeta afirma claramente que não será em Jerusalém, mas no deserto que se realizará esta profecia, isto é, a manifestação da glória do Senhor e o anúncio da salvação de Deus para toda a humanidade.
(Dos Comentários sobre o Profeta Isaías, de Eusébio de Cesaréia, bispo – Liturgia das Horas, 2o. Domingo do Advento)
A voz que clama no deserto é João Batista, o precursor. O deserto, cenário de aridez, é figura do coração humano. É ali o ponto inicial da pregação, do chamado a uma preparação que o torne apto a receber o Senhor.
Desde o Paraíso, Deus procura o homem para reverlar-Se, pois sem essa revelação seria inacessível para nós. Em nossa vida, podemos avaliar em quantas situações nos apresentaram Deus – como força, solução, sentido. Nossas decisões diante dessas oportunidades de conhecer Deus sob uma outra perspectiva, determinaram épocas inteiras de nossas vidas e também daqueles que convivem conosco.
A misericórdia de Deus, espelhada no ritmo da Liturgia da Igreja, nos propõe de novo e de novo uma oportunidade de preparar os caminhos, isto é, de abrirmos o coração, fazermos uma parada para refletir, olharmos para o céu e nos permitirmos tocar pelo Mistério.
Hoje pode ser um momento especial na nossa vida espiritual, que dará apoio para nossa vida comum do dia a dia, com seus desafios, imprevistos, alegrias, esperanças.
A voz ainda soa no deserto: Preparai o caminho do Senhor (Mc 1,3).